terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Iluminado

Ele coloca seu capuz e atravessa o corredor calado
Para não ser notado por aqueles que o conhecem
E para que os que não o conhecem não sintam vontade.
E a probabilidade d'ele ficar escondido
Nas sombras de seu esconderijo
Sem que ninguém possa notar seus olhos azuis
É tão pouca que, algumas vezes, ele tem de fingir não ver
Para que possa ter cinco minutos,
Apenas cinco minutos de privacidade.
Para que nesse tempo consiga concluir tudo o que começou.

Isolado do que o cerca
Ele liberta seus demônios, que são seus poderes,
Que dizem sobre os sentimentos ocultos,
Que revelam os segredos alheios.
Através deles ele sabe quando e por que alguém o ignora.
Sabe quando há uma conspiração contra sua pessoa
Dentro do meio em que vive.
Sabe ler os lábios antes da boca abrir.
Ele consegue ser o que todos gostariam,
O que todos odeiam,
Consegue ser prestativo e inútil,
Um substituto e um apoio a quem precisa de ajuda,
E um produto ridículo e descartável
Quando quem foi ajudado encontrou uma outra pessoa.

Um comentário:

Fá Fioretti disse...

Esse é o seu tipo certo de poema!
Lirismo sem pieguice.
Aparte da adolescência!
Introspecção madura.
Gostei verdadeiramente.