quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Agora Vai!

Te vi ali.
Te vi aí.
Te vi aqui.

Estive em todos os lugares à sua procura.

E que esforço faço para não fazer a minha vontade
De te envolver por todos os lados...

Você se aproximou.
Eu pensando que para pedir um beijo,
Mas foi apenas para um cigarro.



PS: Esse poema teve, propositalmente, teor cômico.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Perigo

Quero você de cabelo solto,
Olhando para o espelho
E pensando: "Será que me atrevo
A deixá-lo louco?"

Te queria pra agora.
De qualquer forma.
Envolveria em ti meus braços.
Te beijaria aos amassos.

O Iluminado

Ele coloca seu capuz e atravessa o corredor calado
Para não ser notado por aqueles que o conhecem
E para que os que não o conhecem não sintam vontade.
E a probabilidade d'ele ficar escondido
Nas sombras de seu esconderijo
Sem que ninguém possa notar seus olhos azuis
É tão pouca que, algumas vezes, ele tem de fingir não ver
Para que possa ter cinco minutos,
Apenas cinco minutos de privacidade.
Para que nesse tempo consiga concluir tudo o que começou.

Isolado do que o cerca
Ele liberta seus demônios, que são seus poderes,
Que dizem sobre os sentimentos ocultos,
Que revelam os segredos alheios.
Através deles ele sabe quando e por que alguém o ignora.
Sabe quando há uma conspiração contra sua pessoa
Dentro do meio em que vive.
Sabe ler os lábios antes da boca abrir.
Ele consegue ser o que todos gostariam,
O que todos odeiam,
Consegue ser prestativo e inútil,
Um substituto e um apoio a quem precisa de ajuda,
E um produto ridículo e descartável
Quando quem foi ajudado encontrou uma outra pessoa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O Último Suspiro do Apelador

E seu último apelo foi:
"Aos que não gostam de mim,
venham e usem da minha arma para me executar"
E ainda hoje não entendi
Aquele seu fascínio pela morte.
(Só eu sei como o atraía).
Várias formas encontrou
De trazer para dentro de si
A companhia da figura de manto e de foice.

E foi-se. Tão distante que não o vejo desde então.
Foi-se em busca de seu prazer
E sei que encontrou dentro da ferida.
Numa de suas cartas que me escrevera,
Disse que arrancou a casquinha que todos cutucavam
Quando acordado ou quando dormindo,
E enfiou o dedo indicador
Com a unha a fazer
Para encontrar o prazer que tanto sonhou.

O sangue esparramado inundando o quarto
E os gritos segurados soltos num único ato.
Apelou num berro assustado
Seus anseios e os temores,
A vida e seus valores,
As conquistas e suas dores.
Apelou num único ato,
Dando a quem seria Judas,
Sua arma carregada
E pedindo a quem o ama
Que desse o tiro à beira da escada.

Desejos de Ninguém

Nada é para sempre.

Por isso não te quero.
Nem quero um afago.
Tampouco um carinho.
De amor nem falo.

Não digo compreensão,
Dinheiro, diversão...

Uma bebida é dispensável.
Uma mulher também, talvez.

Só quero o que é durável!

A coisa que pode ser levada
Por entre os tempos, o instável.
E é por isso que te digo:
Eu quero o nada!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A Última Ceia

Quando eu morrer
Cada um sentirá o gosto da minha morte diferente.
Saborearão o doce gosto da liberdade,
O amargo e triste fim de um jovem.
Sentirão através de mim,
A essência de ser mortal
E a sensação da eternidade.
A minha morte apimentará a vida de muitos
E servirá de alimento para outros.
Sentirão, alguns, o salgado de uma lágrima só.
Se deliciarão com os pedaços das boas memórias.
Me engolirão forçados, obrigando a descer
As palavras que citei quando estava apaixonado.
Cuspirão os meus bagaços, o meu vestígio.
Me deixarão de lado, me jogarão no lixo.

Quando eu morrer
Cada qual sentirá o gosto da minha morte diferente.
Degustarão das minhas dores e me julgarão.
Criticarão as minhas atitudes e me condenarão.
E o gosto azedo das minhas qualidades
Causará indigestão àquele que me consumir.
Minha carne será como a carne suculenta de um porco.
Porém, contaminada com as cicatrizes do amor.
Envenenarão o que me resta
E darão aos cães e gatos de rua.
Descartarão todas as minhas filosofias,
Já com o prazo de validade vencidas.
Tomarão de mim os meus erros.
E quem se lembrar das minhas lágrimas
Terá de conviver com azia
Para todos os longos dias do resto de sua vida.

Mais uma sem título, mas é algo como "Devaneio Dentro de um Momento de Devaneio"

Andei de moto a tarde toda,
e que vontade louca de tê-la na garupa
pra sentir suas pernas encostarem-se nas minhas
e recostar minhas costas em seu peito,
imaginar-me no leito de seu colo
e ter o toque de suas mãos em mim
e poder tocar as pontas dos seus dedos
macios, frios de vento...
mas que lindo devaneio!

domingo, 2 de setembro de 2007

hominis femina vitam delet

Mais uma que passou em minha vida.
Que passou deixando rastros e marcas.
Manchas as quais comigo carregarei
Dia após dia lamentando a partida.

O brilho no olhar que só ela tinha
Conduz a minha podre vida às lágrimas,
Às lamentações co' as quais viverei
E ao medo d' sentir demais sua partida.

Contigo poderia ter vivido
E me declarado apaixonado.
Passaria a eternidade contigo.

Foi uma pena termos nos distanciado,
Ter de aprender a controlar libido.
Adoraria ter vivido ao teu lado!

Poema Sonoro

Olho no fundo dos olhos
dos olhos que não me olham mais.
E lembranças me laçam
entre lentes de delírio
e visões de alentar.
Me lembro do tempo
em que lembravas de mim.
(Sei que agora não lembras mais).

É lentamente que uma lágrima
me escorre o rosto
levando e lavando
minhas memórias, meus planos.

É lentamente que uma lágrima
me escorre o rosto
quando te digo que não gosto
de lembrar de ti.

(Porque eu também minto!
E minto quando digo que
de ti, assim, fácil, me esqueci).

Vi além do que as lembranças
poderiam me alentar
quando descobri que, de ti,
vivo de, nada mais, que lembrar.

sábado, 1 de setembro de 2007

Uma poesia idiota, mas bonitinha. (e sem título)

Para onde vai agora
Que a música acabou,
O sorriso fechou,
A cerveja acabou,
O bêbado caiu,
O tempo está frio,
O beijo encerrou,
Minha mão a pegou...
Para onde vai agora?
Diga-me que também vou.